"Como grãos de areia que carecem de princípio e de fim, parafraseando essa parte do livro de areia de Borges, eu, Fernando, compreendo meu processo atual na pesquisa em dança como grãos de areia que se acumulam a cada encontro, a cada dia, até o momento de encher o meu caminhãozinho de forma que ele comece a transbordar e ocupar os espaços, corpos e mentes dos artistas envolvidos em todo esse processo.
É neste ponto que me encontro, transbordando, sujando e preenchendo os lugares. Para mim, às vezes, nada faz sentido, mas o mistério da memória e da ação criativa organiza tudo e coloca cada coisa no seu lugar. Tenho ouvido, não só o meu corpo, mas a todos os artistas da Cia., no sentido de perceber as intenções, desejos, pequenos fragmentos de idéias e possibilidades."
por Fernando Machado
"A arte é o meu trabalho, a arte da dança especificamente. Minha missão é me comunicar com o mundo e com os outros para que eles possam acordar, avaliar, questionar, duvidar, negar, apoiar, conceituar...se transformar. Com isso, a partir da “minha filosofia”, farei com que eles descubram e pratiquem a sua própria."
por Maitê Molnar
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"A arte, principalmente a dança, sempre esteve ligada e relacionada com a realidade de sua época e, por esse motivo é importante a história da dança na formação do bailarino. Mas, se tratando da dança contemporânea, hoje e, mais especificamente, se tratando da minha dança contemporânea, a filosofia veio tanto a calhar a partir do momento em que nos induziu ao autoconhecimento, partindo da consciência do pensamento, complementando assim a famosa consciência corporal aguçada dos bailarinos contemporâneos.
A consciência do pensar faz com que identifiquemos certos padrões que influenciam nossas escolhas e, por conseqüência, nossa dança. E é a partir do momento em que esses padrões se tornam conhecidos que a dança escolhida se torna verdadeira."
por Leticia Scalise
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